Guia do EPI cabeçalho

Guia do EPI cabeçalho
Tudo sobre saúde e segurança do trabalho

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Desabafo de um Técnico de Segurança

Como é difícil entender as pessoas…. 
Na Empresa quando a segurança está presente é comum escutar “pega leve, tem situação que você tem que deixar relevar” 
Quando a segurança não está presente, ouve-se comentários do tipo – aqui vale tudo, onde está a segurança ???? 
Quando não existe segurança, dizem que a Empresa não é séria… 
Surge aí a dúvida, como fazer??? 
Na minha opinião não deveria mesmo existir um departamento de segurança nas Empresas. Seria muito interessante que todos os trabalhadores, independente da posição, serem obrigados a ter conhecimento em segurança do trabalho. 
Matéria desenvolvida em qualquer nível escolar 
Hoje parece muito simples dizer que a atitude de praticar um desvio padrão de segurança, como não atender os procedimentos, é responsabilidade apenas do Departamento de Segurança. 
Aí fica muito complicado atingir uma meta de acidente zero 
Nesta minha vida profissional acumulei várias decepções: 
Primeira decepção 
Foi quando terminei meu curso de Supervisor de Segurança , título dado na época, hoje técnico de segurança do trabalho. 
Precisamente no ano de 1.979 conclui o curso e dois anos depois comecei a trabalhar na área de segurança. Minha primeira intervenção para previr um acidente fui demitido. 
O importante é que não desisti, continuei com os meus princípios e compromissos assumidos na preparação para ser um profissional de segurança, uma espécie de juramento. 
Claro que tudo tem suas compensações que enchem o nosso Ego. 
No começo até que existiam dúvidas relativo ao nosso papel como homem de segurança…. 
Em um momento sentíamos como policiais do tipo se não praticar segurança está na rua…. 
Fui tentando fazer da forma que me sentia feliz prevenindo acidentes que era o principal objetivo. 
Ao fazer um intervenção em um trabalho perigoso, livrando aquela atividade de proporcionar um acidente é muito gratificante. 
È impressionante como o seu esforço incomoda tantas pessoas. O mais incrível é que acontece quase sempre no sua equipe de trabalho. 
Felizmente os caminhos são assim mesmo. 
O mais importante saber que por onde você passa deixa marcas, boas ou ruim.. 
Durante minha caminhada fiz amigos e quem sabe inimigos também que muitas vezes são ocultos. Procurei passar minha experiência para os profissionais novatos, logicamente dentro das minhas limitações. 
Estamos no ano de 2007 é engraçado como a mente mergulha no passado tão distante. Pensava na possibilidade de todos os empregados estarem em um nível elevado em segurança do trabalho… 
Tanto que procurei fazer cursos em outras profissões prevendo o futuro. Conclui o curso de eletrônica no SENAI, porém sem abandonar a profissão de segurança porque sempre acreditei e gosto muito. Entram leis, programas com finalidade de proporcionar maior segurança para os empregados. Claro que muita coisa mudou para melhor, mas ainda tem muita para melhorar. Apesar de tudo é comum você interceptar um funcionário que não uso alguns EPIs básico, exemplo: Óculos de segurança. 
Fico muito triste por ver algumas Empresas praticarem o descaso com a prevenção de acidentes só porque o investimento que é feito não tem o retorno imediato no chamado dinheiro vivo. É preciso enxergar mais longe, ou seja deixa de gastar com hospitais, medicamentos e principalmente a falta dos empregados e como todas as ações tem uma reação, é claro que neste caso a produção sofre o impacto negativo. 
Recordo-me do ano de 1.982 precisamente 10 de janeiro. A lei que obriga as Empresas constituírem, no seu quadro de empregados representantes da segurança e a comissão de C.I.P.A., estava completando 4 anos. Abro o jornal da época, o extinto Cidade de Santos, onde lia sobre os filmes de sucesso em cartaz, como: Superman II – Faces da Morte, Os caçadores da arca perdida, entre outros e a estréia do circo Thiany …de repente abro na página policial e leio uma matéria que mais um acidente do trabalho ceifava a vida de 
um trabalhador por descarga elétrica. 
Um funcionário da empresa ao ser entrevistado pelo repórter respondeu que a Empresa não é séria principalmente de aquisição de equipamentos de proteção individual e que todas as reivindicações do técnico de segurança nunca foram atendidas e completou que o regime de trabalho é do tipo escravidão para atender o cronograma de entrega da primeira plataforma de prospecção de petróleo construída no Brasil. Neste instante volto a realidade do ano de 2007. O mais triste é que hoje me deparo com situações idênticas, prazos apertados, demora para resolver uma condição insegura ou um quase acidente. 
Assisto acidentes por falta de manutenção nos equipamentos onde mata centenas de pessoas, como foi o caso da aviação, vejo pontes caindo, prédios desabando,etc. E me pergunto o que está acontecendo com os nosso valores? 
Estamos voltando no tempo? E o que fazer? Conscientizar os conscientizados? Treinar tudo de novo e rasgar os certificados de treinamento concluídos? Parece que estamos caminhando no sentido inverso. 
Precisamos urgentemente levantar a bandeira da Segurança do trabalho, porque prevenção é ação constante e não fator promocional. 
Lembre-se estamos falando da vida, de pessoas,família,futuro e presente, 
É a assim que estou me sentindo, perplexo, incapaz de reverter tudo isso, principalmente das autoridades que parecem assistir todo isso de camarotes e priorizando os grandes empresários porque o dinheiro corrompem as mentes. 
Esperança? Palavra que está extinta do dicionário da segurança, resta somente a consciência que deverá incomodar as mentes de todos os responsáveis pela prevenção e que fique uma grande lição: Um acidente deixa profundas cicatrizes na vida. 
25/08/2007
Moacir de Melo Alves 
Técnico de Segurança do trabalho


Nenhum comentário:

Postar um comentário